O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), deflagrou nesta quinta-feira (6) a Operação Apropriação Cultural, com o objetivo de aprofundar investigações sobre um suposto esquema de desvio de recursos públicos na Secretaria de Cultura do município de Rio Claro (SP). O MPSP apura o desvio de mais de R$ 800 mil dos cofres públicos.
De acordo com as investigações, há indícios da prática dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa e associação criminosa. Os suspeitos incluem o ex-secretário de Cultura e atual vereador, Dalberto Christofoletti (PSD), além de empresários do setor artístico. Segundo o MPSP, empresas foram criadas e contratadas sem licitação, recebendo valores da prefeitura sob a justificativa de fomentar a cultura local. Parte desses recursos teria retornado para a conta pessoal do vereador.
A Prefeitura de Rio Claro teria feito pagamentos de mais de R$ 800 mil entre os anos de 2022 e 2024 para as empresas investigadas. Como medida preventiva, a Justiça determinou a apreensão de bens dos envolvidos no mesmo valor, para garantir o ressarcimento ao erário em caso de condenação.
Durante a operação, mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços estratégicos, incluindo a residência dos investigados e o gabinete do vereador. Entre os materiais apreendidos estão celulares, documentos e uma arma de fogo, que foi encaminhada ao Plantão Policial local. Os donos das empresas investigadas não foram localizados, estando atualmente no estado da Bahia.
A Justiça também deferiu a quebra de sigilo bancário e fiscal dos envolvidos, cujas informações serão analisadas futuramente para complementar as provas obtidas. A operação contou com a participação de três promotores de Justiça, um analista jurídico e 20 policiais militares do 10º BAEP de Piracicaba (SP).
Nossa reportagem procurou a Câmara Municipal de Rio Claro e a assessoria do vereador citado, mas até o fechamento da matéria, não obtivemos resposta.